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Última hora: Ex-presidente dos Bombeiros condenado

Ex-presidente dos Bombeiros Voluntários do Porto terá de devolver 53 mil euros à corporação para evitar cumprir pena efetiva.

O Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou esta quarta-feira Jaime Madureira, de 73 anos, pai de Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, a quatro anos de prisão, pena suspensa na execução por cinco anos, pelo crime de peculato.

A suspensão da pena fica condicionada ao pagamento de 53.334,44 euros aos Bombeiros Voluntários do Porto, o valor que o tribunal concluiu ter sido utilizado indevidamente pelo antigo dirigente entre 2015 e 2019.

O arguido terá de pagar um décimo do montante em dívida a cada semestre, sob pena de ver a suspensão revogada e cumprir prisão efetiva.

“Mesmo com boas intenções, temos de respeitar as regras”, afirmou a juíza
Na leitura da sentença, a magistrada sublinhou a gravidade do caso, ainda que tenha reconhecido a colaboração do arguido e a ausência de antecedentes criminais:

“Pela conjugação de toda a prova, ficou demonstrado que o arguido utilizou verbas da instituição para fins pessoais. Mesmo com boas intenções, temos de respeitar as regras, sobretudo numa entidade que vive para ajudar os outros.”

A juíza considerou que os bombeiros foram financeiramente prejudicados em mais de 53 mil euros e que o comportamento do ex-presidente “não pode ser aceite pela sociedade”.

Refeições, combustível e roupas pagas com dinheiro dos bombeiros
O Ministério Público detalhou que, durante quatro anos, Jaime Madureira utilizou fundos da corporação para despesas pessoais, incluindo:

Além disso, a acusação demonstrou que, a partir de 2014, o então presidente determinou que as receitas em numerário fossem-lhe entregues diretamente, em vez de depositadas nas contas da instituição. Segundo uma inspetora da Polícia Judiciária, foram registadas entregas diretas de 36 mil euros.

Ligação familiar e passado mediático
Jaime Madureira é pai de Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”, o histórico líder dos Super Dragões, recentemente condenado no âmbito da Operação Pretoriano.

O patriarca liderou os Bombeiros Voluntários do Porto entre 2007 e 2019, e a investigação que culminou na sua condenação começou após a descoberta de discrepâncias financeiras nas contas da instituição.

Pena suspensa, mas com condições rigorosas
O tribunal decidiu suspender a pena de prisão devido à idade do arguido, à ausência de antecedentes criminais e à sua colaboração durante o processo, mas impôs regras rigorosas de pagamento para assegurar a reposição dos prejuízos causados.

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