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Última hora: Casa dos segredos na boca do público

Com o fim de mais uma edição do Secret Story cada vez mais próximo, Fábio Teixeira recorreu às redes sociais para fazer um duro e contundente desabafo sobre a forma como a TVI gere os seus reality shows…

O escritor não poupou críticas ao canal de Queluz de Baixo, mas foi ainda mais longe ao responsabilizar o próprio público pelo sucesso contínuo do formato.

Num longo texto, Fábio começou por desvalorizar a indignação manifestada nas redes sociais, considerando que esta não passa de “barulho”. “Não adianta berrar nas redes sociais, escrever comentários inflamados ou atacar a produção. Isso não é revolucionário, é apenas combustível para manter a Casa dos Segredos viva”, escreveu, sublinhando que o que realmente importa à estação são os números: audiências, comentários, polémica e buzz digital.

O escritor foi claro ao afirmar que a TVI não se preocupa com sentimentos de injustiça ou manipulação por parte dos espectadores. “A TVI quer saber se lidera audiências, se é o programa mais comentado do dia. Enquanto isso acontecer, tudo o resto é irrelevante”, defendeu, acrescentando que a revolta perde qualquer impacto quando vem acompanhada do comando na mão e da audiência fiel todas as noites.

Num dos pontos mais fortes do texto, Fábio Teixeira apontou o dedo ao público, assumindo que a responsabilidade é coletiva. “Somos palhaços úteis. Reclamamos enquanto sustentamos o circo”, escreveu, reforçando a ideia de que comentar, partilhar e indignar-se online é, na prática, uma forma de colaboração passiva com o sistema.

O autor criticou ainda a forma como vê atualmente a TVI, afirmando que o canal deixou de ser feito para o público e passou a servir interesses internos. “O público já não é respeitado, é usado. Não é ouvido, é explorado. Somos apenas números num gráfico, estatísticas num relatório”, acusou, apontando para uma lógica fria e calculista centrada nos anunciantes e nas audiências.

A terminar, Fábio Teixeira deixou uma reflexão dura e direta: se o público quisesse realmente ser ouvido, o programa já teria acabado. “Bastava usar o silêncio. Bastava ver os números a cair. Isso sim assusta e obriga a mudanças”, concluiu, defendendo que enquanto os espectadores não aprenderem a desligar, a Casa dos Segredos continuará a existir — alimentada pela própria indignação de quem diz estar farto, mas continua a ver.

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